* PAZ, HARMONIA e AMOR *

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Asas partidas



A música que ouvia ao longe
Adentrava-se em meu coração
Revirando ternos sentimentos
De paz, alegria e bem querer
Sua melodia sábia e melancólica
Remete-me a bons tempos idos
Entoando aos meus ouvidos
Tudo aquilo que poderia ser
Esse tom abençoado é luz mas solidão
Nas noites frias e insones de reflexão
É tristeza mas também compreensão
Algo em meu peito querendo extravasar
Sair de mim, te encontrar e nos encantar
Quando foi mesmo que saí do rumo
Perdi o prumo e a doce fantasia?
Agora a noite transformando-se em dia
E o coração totalmente fora da melodia
Ah alma minha, como eu gostaria
De caminhar novamente nos trilhos
Sentir a música, seus tons e brilhos
Meu coração aberto com enredo
E a melodia soando sem segredo
O encontro derrotando o medo
Minhas asas agora pequenas e partidas
Alando-se leves ao frescor do vento.

Luciana Silveira

Silêncio interior


Conforto a minha existência
com o silêncio interior!

Aí se juntam o amor e o coração,
havendo sintonia,
com outros seres de Luz,
que provocam em mim,
com persistência,
paz e harmonia.

Nem que seja por instantes,
alimenta-me a Alma;
ganho forças para continuar,
o meu Caminho,
este longo Caminho …

José Manuel Brazão

domingo, 28 de outubro de 2012

Um reflexo de amor


Por uns tempos esteve adormecido
 como se tivesse partido
 e nós vagueando no tempo,
 na Vida por aÍ...

 Mas não partiu,
 e deixou uma luz,
 em que nada é certo;
 apenas a morte!

 Vi primeiro a luz,
 porque em mim
 a chama nunca apagou,
 nunca partiu com esse amor!

 Em ti sempre ficou
 o pulsar do meu coração
 na procura da razão,
 no refúgio em silêncio,
 que doi muito, faz sofrer
 e o amor sempre atento,
 nos acorda para o anseio,
o desejo que luta com nossos corpos
e serena as nossas almas,
 abrindo o caminho
 para uma nova reflexão:

Um completa o outro?

José Manuel Brazão

Em teus braços


Quando estendes teus braços
sinto paz, conforto e segurança,
que reforça a minha esperança
e quando teus braços
envolvem meu corpo num abraço
esquecido pelo tempo,
sinto-me dentro de ti!

José Manuel Brazão

sábado, 27 de outubro de 2012

Este é o meu caminho!



Sou quem sou
neste percurso da Vida;
muitos me acompanham,
me amam
e ajudam
por ser quem sou!

Não hesito
e ganho em cada dia
mais forças para o meu viver!

Minha Luz apareceu
e tanto precisava dela,
mas chegou por divina
no momento certo!

Instantes da Vida
que surgem em momentos
da minha esperança
na espera de dias melhores,
dum Sol nascente,
que de mim jamais sairá!

José Manuel Brazão

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

VIVO!


Existem momentos
de hesitações,
interrogações,
muitas interrogações!

Nem sempre
tenho resposta
ou solução!

Nem sempre
a voz do coração
me escuta
ou entende!

Aguardo
pelo amanhã,
com a esperança
que nem todos os dias
são iguais!

O ontem já esqueci,
o hoje estou a viver,
o amanhã está para nascer!

José Manuel Brazão

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um brilho


Um raio de luar caiu sobre seus tenros cabelos.
Ao passar os dedos por entre os fios, roubei-o pra mim;
Iluminei-me então de seu brilho,
E iluminada segui em meus passos vacilantes.
Mais adiante, o que vislumbrava eram imagens coloridas,
Imagens ressonantes, harmonizadas de seu matiz.
Quando enfim retornei a casa primordial,
Banhada de luz e fundida em sua cor,
O que senti... raízes, vitrilhos primeiros,
Derradeiros,
Desse amor-aprendiz.
Brilhamos desde então.
C a l e i d o s c o p i c a m e n t e...

Luciana Silveira

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Coração-lar


Nestes dias frios queria você aqui
Não preocupe-se não, minha mãe
É só essa necessidade de aconchego
No teu doce colo-ventre-pátria
Esse cheiro do alimento vindo de ti
Minha paz e conforto instaurados
Quando estou sob teus olhares
Plenos de luz, amor e doação
É só um fim que quero dar na solidão
Desses dias longos de inverno rígido
E uma vontade de dormir abraçada a ti
Por que mãe, um dia a gente tem que sair
De onde não devia ter deixado nunca?
Por que ter que abandonar o ninho
Deixar para de vez em quando o carinho?
A vida é assim, não é, mãe?
Ambas sabemos a importância de crescer
E aprender a se fazer o conforto de outro ser
Costurarmos essa colcha de retalhos em outras teias
Sem contudo perder o sangue de nossas veias
Mas quero dizer sem ter que chorar
E se for preciso que eu chore então
Que sempre estarei agarrada à tua mão
E dentro de ti, no coração, meu lar.

Luciana Silveira

domingo, 14 de outubro de 2012

Em sonhos


Em meus sonhos pinto e bordo
Transbordo
Teço teias penetráveis
Sempre voando, bailando, cantando
Nos meus sonhos vejo a luz
Desde o início do túnel
Tinas e mais tinas de água límpida
Cachoeiras embalando sonhos alheios
Nos quais penetro sorrateira
Com cara de quem foi convidada
Em meus sonhos posso ser o que quiser
A menina zangada, mulher amada, adolescente malcriada
Posso ser até a sábia anciã, se quiser
Percorro casarões antigos
Recantos sombrios
Percorro vales verdejantes
Recantos encantados
Em meus sonhos estou sempre só
Me vejo pelo avesso
Sou de dentro pra fora 
Qual observador arguto
Escuto
Vejo pessoas sorrindo, amando, chorando
Vejo além
Em meus sonhos.

Luciana Silveira

sábado, 13 de outubro de 2012

O pássaro e a flor


Logo pela manhã
o pássaro
voava por esse céu
ao encontro do amor!

A flor
todos os dias
esperava por aquele momento
de encantar com o seu aroma!

E quando se dava o encontro
ele com melodias de canto
e ela abria suas pétalas de amor
para um abraço de ternura!

Assim vive a natureza
doando cânticos de amor!

José Manuel Brazão

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sou feliz assim...


Sou feliz assim
com o amor que te dou.
Guarda-o no teu coração
pelo muito que me deste.
Não precisámos de toques,
mas apenas de almas unidas!

Neste momento
sou tão feliz assim,
preciso mais de teu olhar,
carinho e afecto
do que de teu corpo!

José Manuel Brazão

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eu sonho


Sonho pela vida
que desejo ter,
que procuro e luto
neste silêncio
que me acompanha!

Sonho com a família
dispersa, distante,
com a saudade constante,
de um homem
que disfarça ser feliz!

Que vive preocupado,
dando amor
aos que se lembram dele,
lhe aliviam a dor,
o acarinham, o admiram,
o amam,
fazendo esquecer,
as sombras da vida!

Sonho
com a felicidade,
que bate à porta
de cada um
e que um dia
encontrará
minha porta aberta,
para viver em paz
o resto do meu caminho!

José Manuel Brazão


"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-lo doce. Dificuldades
para fazê-lo forte. Tristeza para fazê-lo humano. E
esperança suficiente para fazê-lo feliz."
Clarice Lispector

domingo, 7 de outubro de 2012

Despertar


Noite passada ela dormiu e sonhou que catava estrelas no manto de mãe Maria. Seu dia foi leve como poesia pequena, sem rima nem estrofe, mas linda em sentimentos. E teve cigarra cantando... um bando de cigarras como que chorando a dor de serem efêmeras. Seu canto tinha um quê melancólico, um chamado urgente e desabrochava em si sobre o véu prateado da lua. E a menina, pequena que é diante de tal quadro, adormecida ficou por uns tempos. Mas isso aconteceu antes que ela despertasse para dentro de si...

Luciana Silveira

sábado, 6 de outubro de 2012

Nosso sofrer pela distância


Se eu pudesse …
vestia o teu corpo
de rosas vermelhas!
Olhava-te,
seduzia-te …

Ao meu redor,
exalava do teu corpo,
o aroma das rosas.

Desse corpo
de incontida paixão,
tirei uma a uma,
cada rosa vermelha.

Teu corpo ficou belo,
muito belo …
sofri,
perante o meu oásis!!!

José Manuel Brazão
[....]
Cada rosa com que enfeitaste meu corpo
De botões desabrocharam-se em flor
E são milhares de botões
Caindo em pétalas de diversos matizes
Todos eles em tons de vermelho-paixão
Lembrando-me cheiros do nosso amor
Forte, intenso e lascivo
Eternizados na beleza e na cor
Comemos cada pedaço dessa maçã-do-amor
Reminiscências de cada momento vivido
E nosso sofrer pela distância
Torna-se belo e calmo
Diante da grandeza do oásis almejado.

Luciana Silveira

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sonho imperecível


Subo na cumieira dos meus desejos
Para gritar bem alto que sou tua
Sons alados na face da lua
E a vida esvai-se nesse sonho
Imperecível

Vejo por entre as frestas dormentes
Fragmentos de nossa história
Que tão lúcida e notória
Instalou-se em meu coração
Quimeriano

Meu olhar agudo faz-se grave
Enquanto minhas pétalas se abrem
E todos os meus poros sabem
Da tatuagem permanente desse amor
Sagrado

O labirinto conduz meus passos
Águas desembocando em foz
Em minha mente somente tua voz
Encostando-se em minha alma
Fugidia

Lua girando em minha órbita
Minhas palavras vão se dissolvendo
Nesse rio lento por você vivendo
Transbordando todo o sentir
Alimento

E são flores coloridas orvalhadas
Na eterna primavera lunática
Gotinhas em dose homeopática
Dou-te meu cerne e minha razão
Respiração.

Luciana Silveira

Lu
Dos mais belos poemas de amor que já te li!
Beijo do 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Águas profundas




Laço o lume da estrela e com ela vagueio. É pegar ou largar, no fundo escolho mas trapaceio. Coisas que me vêm à cabeça, lampejos de dias idos, ainda precisos na mente. A cabeça mente o que o corpo ainda sente. Nega. E nesse ir e vir de imagens mentais soam sinos ante a idéia móvel e fugidia de um dia ter e ser. Não vou falar de amor por hoje, quero apenas rezar. Olho pela janela, a lua mingua e é assim como me sinto. A bem-aventurança do invisível sentir. Sabor incandescente na aragem da alma ( Penso nisso enquanto sinto a brisa no meu rosto). Piegas, porém belo. Tolo e quase dolorido. Minto e repito como que para convencer não-sei-a-quem um não-sei-o-que. São vagas as minhas divagações, ainda que fixo em meu coração. São nesses dias que preparo o mergulho em águas profundas, despertando o inominável.

Luciana Silveira

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Distração


O meu amor é distraído, nem imagina como vivo por ele, que em noites de lua cheia, a água em mim serpenteia e vai e volta batendo no espelho em que me olho para que ele me veja. O meu amor é ocupado, nem sabe como e o que faço para o entreter em minhas teias, para que ele se lembre que eu existo e estou aqui e fervo. E não sabe como eu me pinto e bordo, como me enfeito, e, para todo o efeito, permanece sem saber. Sem saber das veias, das meias em que me enfio para aquecer meu frio, e não sabe que eu ando também distraída, às vezes me sinto traída e isso tudo porque ele dorme. E ando pela casa de um lado para o outro, vou à varanda, me espreguiço na rede e quando olho a cidade, pontinhos brilhantes ao longe é seu olhar que vejo, a desfilar e dançar bem em frente a mim. Meu amor não sabe que vou ao quarto, abro o armário e boto pra fora todos os cheiros, todo o esmero, toda beleza guardada em potes de diferentes formas como é diferente a forma como o amo. Ele não me vê em meu atelier desfiando tintas e sonhos e nem dá atenção aos poemas, onde me exponho. Meu amor não sabe que em meu pensamento eu o invento, eu o transformo e ainda penso em rebentos. Ele nem sabe que depois de suspiros e providências, penso umas indecências, subo pelas paredes, escrevo cartas de amor. Meu amor não imagina que ando voando por ruas desertas, sempre alerta ao que há de vir. Ele não sabe porque me conhece bem. Meu amor é assim mesmo, distraído. Nem escuta o estampido que vem do meu coração, que é dele.

Luciana Silveira




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Olhos nos olhos


Quando fecho meus olhos tristes
Teus meigos olhos me invadem
Olhos que sorriem para os meus
Meus olhos rasos d'água diluem-se
Então nesse momento não há como
Desprender meus olhos dos teus
Corpo e alma enfim compreendem
Essa força que nos une e acalanta
Nosso olhar é luz e fogo e graça
Quando juntos é criatividade pura
Ao te ver miro-me em um espelho
Que logo devolve-me cada reflexo
Teu olhar é porto seguro, amor meu
Onde estou ancorada para sempre
De mãos dadas ou amando-nos
Olhos nos olhos, carne na carne
É no céu que nos encontramos
Pudera eu beber cada lágrima vertida
Navegar pela distância desse mar sem fim.

Luciana Silveira

[...]

Admiro o teu olhar.
fixo os meus olhos
nos teus…

pensas na vida
nos sonhos que te invadem,
nas ilusões que tiveste,
nos dramas que esqueceste.

Os teus olhos
procuram os meus gestos,
a minha alegria de viver,
os meus mimos …

Sorris
e os lábios mexem,
com palavras de encanto,
tornando-os sensuais,
desejados...
José Manuel Brazão